Na caixa de música que eu imagino a bailarina rodopia em pontas sobre si mesma, num perpétuo movimento de rotação, enquanto a pequena engrenagem emite um Debussy meio rouco mas adorável.
A vida acontece e a caixa permanece, sem descanso. Até depois disso e ainda que passem anos e se estrague o mecanismo, mesmo que já não rodopie a menina ou já não se ouça senão um trovejo frouxo sem melodia, ficará a caixa no seu lugar, sentinela de todas as memórias.
Mesmo quando já não servir para nada, eu sei, ainda servirá para mim.
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