quarta-feira, 31 de julho de 2013

Biscoitos da sorte chineses

Desde pequena que os biscoitinhos da sorte chineses povoam alegremente o meu imaginário sem que nunca tenha provado nenhum.

Penso nisso raramente mas quando o faço indago-me se algum dia, concretizando este meu pequenino sonho infantil, vou poder ler umas das famosas mensagens escondidas dentro do bolinho. Hoje, depois de 27 anos a "sonhar" com isso, decidi finalmente investigar como é que alguém se lembrou de tal coisa. E, surpresa das surpresas, como todas as histórias chinesas é antiga e engenhosa.

Assim, se para os ocidentais o bolinho da sorte chinês é uma espécie de kinder surpresa para adultos, para os chineses terá sido um elemento táctico chave para recuperarem o seu território do domínio mongol.

Reza a história que no fim do século XII, período em que Gengis Khan e seu exército mongol dominavam a China, os chineses elaboraram um plano detalhado para recuperar as suas terras. Só havia um problema: tinham de descobrir um método seguro e eficaz de passar as instruções sem estas caírem nas mãos erradas. A solução para o impasse foi simples e genial: sabendo que os mongóis detestavam particularmente um item tradicional da culinária chinesa – determinado bolo em forma de meia-lua – os chineses apostaram na ideia de transmitir as informações aos seus generais colocando pequenos papéis com as instruções escondidos dentro desse bolo.
O resultado foi uma comunicação efectiva e a vitória da China, com a subida da Dinastia Ming ao poder. Anualmente, para celebrar o sucesso desta campanha, os chineses começaram a trocar mensagens através dos ditos bolinhos.
Tentei depois saber onde poderia encontrar estes bolinhos. Não tive sucesso nenhum mas, aparentemente, há centenas de sites com a receita por isso talvez possa cozinhar a minha própria sorte aqui em casa.

terça-feira, 30 de julho de 2013

Miauuuu

Django by Canon 55-250 mm

“Women and cats will do as they please, and men and dogs should relax and get used to the idea.” 


- quote by R. Henlein

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Arco da Idade

Castelo de Vide. Julho de 2013


Faltam sempre até ao final
Muitas metades de caminho.

E é assim
Nas arestas do rosto enrugado
Nas solas rasas de caminhar
Que fechas em ti o passado
Livro inteiro, um épico fado
Que ninguém chegará a cantar.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Cadeados e rituais



Quem já teve o imenso prazer de visitar Paris conhece, certamente, a famosa Pont des Arts. Construída no início do século XIX, durante o domínio de Napoleão I, sobreviveu às duas Grandes Guerras e continua a projectar-se harmoniosamente entre as duas margens do Sena. Nos últimos anos, num acto de romantismo, os casais de namorados colocam cadeados com os seus nomes gravados no corrimão da ponte atirando depois a chave para as águas do rio, em sinal de compromisso.
Em resposta a este fenómeno colectivo, que se tornou um dos símbolos da cidade do amor, a câmara municipal ordenou o policiamento da ponte no sentido de tentar impedir as pessoas de atirarem ao rio as chaves.

A este propósito, ocorre-me analisar a importância dos rituais na vida das pessoas, a forma como se generalizam e perpetuam e como lhes são atribuídos significados incríveis. Desde os rituais de passagem à idade adulta das tribos mais ancestrais do planeta até ao casamento, à nossa volta sempre se cultivaram os eventos simbólicos. Desta forma, toda a comunidade sabe que um determinado indivíduo passou a uma nova fase da sua vida ou tomou uma importante decisão.

Na verdade, nada mudará depois de atirada a chave ao rio. Nenhuma dúvida se dissipará e nenhuma certeza se tornará real. Então, porque é tão importante para tanta gente fazê-lo?