quarta-feira, 31 de julho de 2013

Biscoitos da sorte chineses

Desde pequena que os biscoitinhos da sorte chineses povoam alegremente o meu imaginário sem que nunca tenha provado nenhum.

Penso nisso raramente mas quando o faço indago-me se algum dia, concretizando este meu pequenino sonho infantil, vou poder ler umas das famosas mensagens escondidas dentro do bolinho. Hoje, depois de 27 anos a "sonhar" com isso, decidi finalmente investigar como é que alguém se lembrou de tal coisa. E, surpresa das surpresas, como todas as histórias chinesas é antiga e engenhosa.

Assim, se para os ocidentais o bolinho da sorte chinês é uma espécie de kinder surpresa para adultos, para os chineses terá sido um elemento táctico chave para recuperarem o seu território do domínio mongol.

Reza a história que no fim do século XII, período em que Gengis Khan e seu exército mongol dominavam a China, os chineses elaboraram um plano detalhado para recuperar as suas terras. Só havia um problema: tinham de descobrir um método seguro e eficaz de passar as instruções sem estas caírem nas mãos erradas. A solução para o impasse foi simples e genial: sabendo que os mongóis detestavam particularmente um item tradicional da culinária chinesa – determinado bolo em forma de meia-lua – os chineses apostaram na ideia de transmitir as informações aos seus generais colocando pequenos papéis com as instruções escondidos dentro desse bolo.
O resultado foi uma comunicação efectiva e a vitória da China, com a subida da Dinastia Ming ao poder. Anualmente, para celebrar o sucesso desta campanha, os chineses começaram a trocar mensagens através dos ditos bolinhos.
Tentei depois saber onde poderia encontrar estes bolinhos. Não tive sucesso nenhum mas, aparentemente, há centenas de sites com a receita por isso talvez possa cozinhar a minha própria sorte aqui em casa.

3 comentários:

  1. Sofia adorei saber esta! Está muito bom. No Canadá tive o prazer de abrir um bolinho da sorte que, até, tinha uma frase engraçada...
    Os Mongóis entraram no declínio a ocidente no séc. XII, levando na corneta dos "Otomanos". Mas essa do bolinho é uma coisa mais refinada.

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